terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Quanto vale?

Depois de duas semanas de ausência, voltei. E o post é longo. Preparem-se!

Estou angustiado! Sim, vou falar de Santa Catarina.


Para não ser mais do mesmo, porque tantas são as notícias que lemos e vemos nos jornais e na TV diariamente, que falar sobre o ocorrido não se faz necessário.

Quero falar de nós, daqui e de lá, de São Paulo e de Santa Catarina e de vários lugares espalhados por este Brasil, sem demagogia, maravilhoso.

Poderia escrever linhas e linhas tentando encontrar um culpado. Do Estado, que não foi capaz de prevenir a catástrofe (se é que era possível), mapear áreas de risco etc, dar atenção aos diques, que podem ter provocado tudo isso; das empresas e de todos nós, que temos usado e abusado da natureza etc. Enfim, essa conversa ainda dá pano pra muitas mangas. Eu, neste momento, quero falar de outra coisa.
Não é papo furado. Quantas vezes já nos pusemos a pensar o que é e qual o sentido de ser solidário? É difícil demais a resposta. Antes que aconteça algo como o ocorrido em Santa Catarina e, mais recentemente, em Campos-RJ. E em Veneza, na Itália.
É incrível a mobilização dos brasileiros para ajudar a essas pessoas. E essa catástrofe nos faz pensar que não somos de nada, não valemos nada... Epa! Atenção!!! Nós valemos muito! Nós, pessoas! Vale muito o que somos, e não o que temos!

Sim, gostamos da nossa casa, do nosso sofá, do nosso quarto, da nossa cama etc. Não sei se me faço entender, mas quero olhar para a força e o valor do ser humano, das relações pessoais, da amizade, dos amigos, da família, dos irmãos. Das pessoas...


Recebi hoje um e-mail com um depoimento de um rapaz de Itajaí-SC. Leiam a seguir, o que me fez escrever o post de hoje:

“Meus amigos,

Hoje 27 de novembro de 2008 o sol saiu e conseguimos voltar a trabalhar. A despeito de brincadeiras e comentários espirituosos normais sobre esta “folga forçada” a verdade é que nunca me senti tão feliz de voltar ao trabalho. Não somente pelo trabalho, pela instituição e pela própria tranqüilidade de ter aonde ganhar o pão, mas também por ser um sinal de que a vida está voltando ao normal aqui na nossa Itajaí.
As fotos que circulam na internet e os telejornais já nos dão as imagens claras de tudo que aconteceu então não vou me estender narrando e descrevendo as cenas vistas nestes dias. Todos vocês já sabem de cor. Eu quero mesmo é falar sobre lições aprendidas.
Por mais que teorias e leituras mil nos falem sobre isso ainda é surpreendente presenciar como uma tragédia desse porte pode fazer aflorar no ser humano os sentimentos mais nobres e os seus instintos mais primitivos. As cenas e situações vividas neste final de semana prolongado em Itajaí nos fizeram chorar de alegria, raiva, tristeza e impotência. Fizeram-nos perder a fé no ser humano num segundo, para recuperar-la no seguinte. Fez-nos ver que sempre alguém se aproveitará da desgraça alheia, mas que também é mais fácil começar de novo quando todos se dão as mãos.
Que aquela entidade superior que cada um acredita (Deus, Alá, Buda, GADU etc.) e da forma que cada um a concebe tenha piedade daqueles:

- Que se aproveitaram a situação para fazer saques em Supermercados, levando principalmente bebidas e cigarros
- Que saquearam uma farmácia levando medicamentos controlados, equipamentos e cofres e destruindo os produtos de primeira necessidade que ficaram assim como a estrutura física da mesma.
- Que pediam 5 reais por um litro de água mineral.
- Que chegaram a pedir 150 reais por um botijão de gás.
- Que foram pedir donativos de água e alimentos nas áreas secas pra vender nas áreas alagadas.
- Que foram comer e pegar roupas nos centros de triagem mesmo não tendo suas casas atingidas.
- Que esperaram as pessoas saírem das suas casas para roubarem o que restava.
- Que fizeram pessoas dormir em telhados e lajes com frio e fome para não ter suas casas saqueadas.
- Que não sentiram preocupação por ninguém, algo está errado em seu coração.
- Que simplesmente fizeram de conta que nada acontecia, por estarem em áreas secas.
Da mesma forma, que essa mesma entidade superior abençoe:

- Aqueles que atenderam ao chamado das rádios e se apresentaram no domingo no quartel dos bombeiros para ajudar de qualquer forma.
- Os bombeiros que tiveram paciência com a gente no quartel para nos instruir e nos orientar nas atividades que devíamos desenvolver.
- A turma das lanchas, os donos das lanchinhas de pescarias de fim de semana que rapidamente trouxeram seus barquinhos nas suas carretas e fizeram tanta diferença.
- À equipe da lancha, gente sensacional que parecia que nos conhecíamos de toda uma vida.
- Aos soldados do exército do Paraná e do Rio Grande do Sul.
- Aos bravos gaúchos, tantas vezes vitimas de nossas brincadeiras que trouxeram caminhões e caminhões de mantimentos.
- Aos cadetes da Academia da Polícia Militar que ainda em formação se portaram com veteranos.
- Aos Bombeiros e Policias locais que resgataram, cuidaram , orientaram e auxiliaram de todas as formas, muitas vezes com as suas próprias casas embaixo das águas.
- Aos Médicos Voluntários.
- Às enfermeiras Voluntárias.
- Aos bombeiros do Paraná que trabalharam ombro a ombro com os nossos.
- Aos Helicópteros da Aeronáutica e Exercito que fizeram os resgates nos locais de difícil acesso.
- Aos incansáveis do SAMU e das ambulâncias em geral, que não tiveram tempo nem pra respirar.
- Ao pessoal do Helicóptero da Polícia Militar de São Paulo, que mostrou que longo é o braço da solidariedade.
- Ao pessoal das rádios que manteve a população informada e manteve a esperança de quem estava isolado em casa.
- Aos estudantes que emprestaram seus físicos para carregar e descarregar caminhões nos centros de triagem.
- Às pessoas que cozinharam para milhares de estranhos.
- Ao empresário que não se identificou e entregou mais de mil marmitex no centro de triagem.
- A todos que doaram nem que seja uma peça de roupa.
- A todos que serviram nem que seja um copo de água a quem precisou.
- A todos que oraram por todos.
- Ao Brasil todo, que chorou nossos mortos e nossas perdas.
- Aos novos amigos que fiz no centro de triagem, na segunda-feira.
- A todos aqueles que me ligaram preocupados com a gente.
- A todos aqueles que ainda se preocupam por alguém.
- A todos aqueles que fizeram algo, mas eu não soube ou esqueci.
Há alguns anos, numa grande enchente na Argentina um anônimo escreveu isto:

COMEÇAR DE NOVO

Eu tinha medo da escuridão
Até que as noites se fizeram longas e sem luz
Eu não resistia ao frio facilmente
Até passar a noite molhado numa laje
Eu tinha medo dos mortos
Até ter que dormir num cemitério
Eu tinha rejeição por quem era de Buenos Aires
Até que me deram abrigo e alimento
Eu tinha aversão a Judeus
Até darem remédios aos meus filhos
Eu adorava exibir a minha nova jaqueta
Até dar ela a um garoto com hipotermia
Eu escolhia cuidadosamente a minha comida
Até que tive fome
Eu desconfiava da pele escura
Até que um braço forte me tirou da água
Eu achava que tinha visto muita coisa
Até ver meu povo perambulando sem rumo pelas ruas
Eu não gostava do cachorro do meu vizinho
Até naquela noite eu o ouvir ganir até se afogar
Eu não lembrava os idosos
Até participar dos resgates
Eu não sabia cozinhar
Até ter na minha frente uma panela com arroz e crianças com fome
Eu achava que a minha casa era mais importante que as outras
Até ver todas cobertas pelas águas
Eu tinha orgulho do meu nome e sobrenome
Até a gente se tornar todos seres anônimos
Eu não ouvia rádio
Até ser ela que manteve a minha energia
Eu criticava a bagunça dos estudantes
Até que eles, às centenas, me estenderam suas mãos solidárias
Eu tinha segurança absoluta de como seriam meus próximos anos
Agora nem tanto
Eu vivia numa comunidade com uma classe política
Mas agora espero que a correnteza tenha levado embora
Eu não lembrava o nome de todos os estados
Agora guardo cada um no coração
Eu não tinha boa memória
Talvez por isso eu não lembre de todo mundo
Mas terei mesmo assim o que me resta de vida para agradecer a todos
Eu não te conhecia
Agora você é meu irmão
Tínhamos um rio
Agora somos parte dele
É de manhã, já saiu o sol e não faz tanto frio
Graças a Deus
Vamos começar de novo.

Anônimo

É hora de recomeçar, e talvez seja hora de recomeçar não só materialmente. Talvez seja uma boa oportunidade de renascer, de se reinventar e de crescer como ser humano.

Pelo menos é a minha hora, acredito.
Que Deus abençoe a todos.

L.F.G.”


É também hora de refletir, de rezar, o que seja... Arrumar uma forma de ajudar! Aos outros e/ou a nós mesmos! E a pensar o que fazer para levantar esse Brasil varonil, o que podemos fazer para fazer o país do futuro ser o país do presente. E um presente de paz, de oportunidades, empregos, sem fome, sem miséria...


O povo unido jamais será vencido!


Gostaria muito que essa mobilização seguisse adiante e se empenhasse em outras causas urgentes que também estão na pauta. Não podemos esquecer que, além disso, existe uma crise em andamento e que teremos que nos preparar. A luta é diária!

"Uni-vos!"

domingo, 16 de novembro de 2008

Política, Humor e Tumores


Uma história muito triste. Infelizmente, baseadas em fatos reais... relatadas pelo blogueiro Carlos E. Batista em seu blog "Política, humor e tumores", cujo link encontra-se ao lado, na seção Eu Recomendo.
É inaceitável que ainda hoje ocorram cenas de racismo como essas:

Há uma porção de coisas ruins acontecendo por toda parte
Por Carlos E. Batista

Alberto Milfonti viveu poucas primaveras, 23 ao todo. Fora a uma loja departamento com a namorada de 17 anos para comprar um colchão. Há pouco tempo os dois resolveram construir a vida juntos. A moça está grávida.

O segurança, desconfiado, pois o menino foi à loja de chinelo e bermuda, sacou a arma.

— Que foi? Você atirar em mim?
— Fala que duvida?

Com um tiro no rosto, o filho da moça perdeu o pai.

Alberto Milfonti era negro.

Andamos apressadamente pela Praça Pedro Lessa, perto da estação São Bento. Passo por lá todos os dias. Mendigos, vendedores ambulantes, um posto da polícia militar e muitos DVDs de pornografia... É sempre o que vejo.

Normalmente ignoro a existência de um banco, daqueles de praça mesmo, envolvendo um pequeno gramado.

Hoje, porém, sobre o banco estava um homem, cujo nome nunca saberei. Calça e sapatos surrados, blusa de lã listrada e um guarda chuva na mão esquerda. Em sua volta, dois policiais.

Um dos dois guardas estava com o braço cruzado dando ordens. O rapaz se recusava a obedecer. Além disso, enfrentava os dois.

Sem mais nem menos, o policial descruzou os braços e deu um tapa no rosto do homem. Inacreditavelmente ele reagiu e empurrou o PM.

Senti a indignação do “homem da lei” exalando por toda a praça, ele parecia bufar. Sacou a arma e logo em seguida a guardou. Tirou as algemas e prendeu um dos braços do homem, que continuava a resistir.

Ele dizia: — Você vai responder por isto, eu não fiz nada!

O homem que apanhou também é negro.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ótimo! Tá na Carta Capital nº 521.


Um pesadelo, creio eu

07/11/2008

Mino Carta

Ocorre-me um enredo estranho, peculiar, não sei se li algum dia e vem da memória, ou de um sonho. É um conto, eu diria, não simplesmente policial. Nele a complexidade é notável, atinge profundidade igual à alma de um país.

O entrecho começa pela descrição do seu protagonista, que o autor batiza Ezequiel. Por trás de olhos azuis carregados de estupor à beira da insegurança, ele é obcecado pelo impulso irredutível da acumulação. Dinheiro e poder. Determinado, audacioso, singra a vida ao sabor de casos de corrupção e falcatruas de alto bordo, com o adendo de capilares operações de escuta telefônica.

Uma investigação policial apura-lhe o conjunto da obra e indicia Ezequiel. Nos seus escritórios, apreende, inclusive, discos rígidos que, tudo indica, resumem suas aventuras e apontam parceiros. Nada acontece, com a inestimável contribuição de certa juíza da Suprema Corte, cenho de governanta de castelo escocês e carente de lábios. Ela impede com argumentos “pueris” (o adjetivo é do autor) a abertura dos tais discos.

Desde o momento das privatizações das telefônicas e que tais por parte do governo do Pássaro Misterioso, episódio que passou a ser conhecido como “A Bandalheira Supimpa”, a história de Ezequiel não somente divide a polícia, mas também, e sobretudo, atinge os mais altos escalões da política, para tornar-se epicentro da luta intestina pelo poder. E chega até a embrenhar-se, com tocha e cordas, pelas cavernas dos humores nacionais. Quanto a esta incursão nas entranhas de emoções e pendores da nação, o autor será mais explícito mais adiante.

Depois de indiciado, passam-se quatro anos, e no ínterim Ezequiel prossegue nas suas investidas. Entre outras façanhas, entrega à revista de maior tiragem do País um dossiê falso de contas no exterior de figurões variados, a começar pelo presidente da República. Segundo o autor, trata-se de uma manobra urdida por Ezequiel para medir o grau da sua influência. Regozija-se ao cabo: tudo passa na mais alva das nuvens.

Move-se, porém, outra operação policial, comandada pelo delegado Aristófanes. O projeto prevê a conclusão das investigações para data posterior a certas eleições programadas para começo de outubro. O furo de uma repórter de conceituado jornal revela a operação em andamento em abril. Aristófanes decide então apressar o desfecho, na tentativa de evitar que o Manobrista Excelente tenha tempo para excogitar largas precauções.

Como e por que a repórter entrou em cena, e como e por que o jornal publicou-lhe o texto o autor não esclarece. Limita-se a aventar a hipótese de algum redondo contato entre o investigado e a cultivadora de furos. De todo modo, os resultados da operação policial acabam na mesa de um jovem juiz de primeira instância, o qual determina a prisão da indigitada figura e de alguns dos seus apaniguados. Um deles, aliás, tentou corromper um delegado a mando daquele, na certeza de que todos têm seu preço.

Assume grandiosamente a ribalta o presidente da Suprema Corte, pomposo luminar da ciência jurídica, versão às avessas da história do sapo transformado em príncipe. Ele mimeografa habeas corpus a favor dos presos como o aprendiz de mágico multiplica vassouras. Memorável a passagem em que o autor colhe Ezequiel a dizer que na Suprema Corte conta com “facilidades”, bem como aquela em que avisa: obrigado a falar, botará a boca no trombone.

E tudo fica basicamente como estava meses a fio. O único evento digno de registro é a autorização dada pela Corregedoria da Polícia para uma operação de busca e apreensão nas casas dos delegados que se permitiram investigar Ezequiel. Só falta prendê-los. O autor, que gosta de suspense, deixa entrever a possibilidade deste happy ending.

Não escapa, de todo modo, à moral da fábula: não há corruptor sem corrupção, e é tolo quem não se aproveita da situação, excepcionalmente favorável para um mestre no assunto como Ezequiel. Inocente, é óbvio, pois cumpre as regras do jogo, e estas valem mais que a lei. Nas linhas derradeiras, a chave para o melhor entendimento: a minoria privilegiada, e os aspirantes ao privilégio, vislumbra em Ezequiel o seu herói, aquele que mostra o caminho da felicidade do alto da montanha da sabedoria.

Enredo de um conto do absurdo? Talvez sonhei, como já disse, e teria sido pesadelo. Observo, porém, certas semelhanças com eventos dos últimos anos ocorridos neste nosso país do futuro.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Qual o assunto que mais lhe interessa? (parte 2)


Repetindo o título do primeiro post, vou colocar aqui a letra de uma música, do último disco de Elba Ramalho, da qual saiu a idéia. Porque naquele momento o assunto que me interessava era falar do contraste entre a Sala São Paulo e o meio do caminho entre ela e a Barra Funda...
Gostei, pois a letra te dá opções. E eu optei por falar de um assunto que me interessava. Ué!

Tempos Quase Modernos (qual O Assunto Que Mais Lhe Interessa?)
(Roberto Mendes / Capinam)

Qual o assunto que mais lhe interessa?
Qual o assunto que mais lhe interessa?
Além da vida in vitro feita nas coxas
E vivida às pressas

A empresa da guerra
A mais-valia da morte
A última sentença
A violência nas ruas
O bio terrorismo

A soja transgênica
Clonagem da mente
Dos órgãos vitais
A nova ciência
Moral decadente
Tradição milenar
Outra tendência

Suicídio, livre arbítrio
Aborto consentido, eutanásia
A dívida congênita
O quinto partido, o tempo
Das máquinas

Monarquia playback
A república inventa
O eclipse lunar,
a decadência moral

A calota polar, o império dos egos
O vidente cedo, o cachimbo de Édipo
A paixão de Romeu, colapso dos mares
Crianças sem lares, a ausência de Deus

A assembléia dos loucos,
O juízo dos lobos
A vontade dos céus
A escala econômica em que o crime compensa

Qual o assunto que mais você pensa?

Sexo, amor, culpa ou inocência
A dieta do Papa, o segredo de Fátima
A última penitência

Bom dia Vietnã, boa noite Bagdá
Adeus Sherazade

Qual o assunto que mais lhe interessa?
Qual a verdade em que mais você pensa?

O fim da natureza
E o final da história
Glória, glória, glória?

Apenas uma canção invento agora
Um poema
A madrugada é silêncio, a dor acalenta

Esquece o início de tudo e o fim dos tempos
Deita no colo de tua amada
Onde da misteriosa expansão do nada
O universo se alimenta

Qual o assunto em que mais você pensa?
Qual é a verdade em que mais você sente?
Qual a mentira em que mais acredita?
Qual é o nome que você mais grita?
Qual é a força que mais te enfraquece?
Qual é a fome que mais te alimenta?
Qual é o prato que mais te apetece?
Qual é o mapa que mais te orienta?
Qual é o jogo que mais você ganha?
Qual é o ganho que mais te enriquece?
Qual é a perda que mais você chora?
Qual é a casa em que mais você mora?
Qual é a frase que mais você fala?
Qual é a fala que mais você cala?
Qual é o assunto que mais você teme?
Qual é o tema que mais ignora?

Qual o assunto que mais lhe interessa?



Caramba, 03h40! Vou dormir... Por hoje é só pessoal.

Deu na telha!


É isso ae mano, deu na telha... vou escrever. Blog não é pra escrever? Então escreve pô! Mudei até a letra óh!
Pô, esse negócio de blog é uma coisa viu! Caraca velho, como dá trabalho...
É assim, um problema... Não. Um problema não. Ninguém arruma um problema pra ficar mostrando por outros."Ow, você já viu meu problema?"
Pára né!
Haha... É legal, você escreve e fica lá... "moscando"... esperando que alguém vá lá, leia e comente: "ai Léo, que legal! Ótima discussão... bla bla". Mas e se não comenta?
Pô, se não comenta é problema... Ai, olha o problema aí de novo. Problema?
É mano, "pobrema, tá ligado?"
Encuca o blogueiro, que fica pensando que escreveu merda: "xi, será que ninguém liga pro que eu tô pensando? Acho que eu sou um neurótico, fico aí, andando e pensando que problema eu ponho no blog. Vou tirar aquele post"...
Pra que serve essa p... de blog que não sai mais da minha cabeça?
Ah!!! É isso!!! O problema é esse mesmo!
O blog é legal pra você mostrar os problemas, sociais, políticos, esportivos, educacionais... Problemas. Ou pra você ficar assim, viajando e escrevendo baboseira, rs! Virou moda agora ser blogueiro. "Ow, fiz um blog... coloquei um link do seu lá. Olha lá, comenta"! Só falta pedir por favor... mas funciona.
É! Porque aí, as pessoas acabam lendo mesmo, refletindo e comentando! Seja a merda que for que você escreveu.
Haha! Acho que é neurose mesmo... era isso que eu tava falando no começo do texto, não era?
Vixi... tô doido! "Jájááá"!!!
Jájá? Que é isso? Tá com problema?
Perdi o fio da meada... vou procurar.
Até logo!

Blog novo na área!

Ae manos...
Tem um camarada aí com blog novo na área. E não é paia não...
"Afroências"!
Bacana! Já recomendei aqui do lado, mas resolvi postar porque é coisa fina...
Vai lá ver, depois me conta: http://afroencias.blogspot.com/


sábado, 8 de novembro de 2008

Caro "anônimo", muito obrigado!


Recebi de "anônimo" a seguinte matéria sobre o último post:

Vitória esmagadora dos nulos obriga TSE a convocar novas eleições em dois municípios do RJ

Atualizado em 03/11/08 15:51

Em Bom Jesus de Itabapoana, no Estado do Rio de Janeiro, os votos nulos alcançaram 89,23% da preferência do eleitorado e o candidato único à Prefeitura, João José Pimentel, do PTB, apenas 6,3%.Eram 26.863 eleitores, mas apenas 1.692 votaram em Pimentel. Em Santo Antônio de Pádua, Maria Dib, do PP, obteve 10.074, o equivalente a 37,9% dos votos, enquanto os nulos totalizaram 16.527, o equivalente a 60,35%.

De acordo com as regras eleitorais, nenhum candidato pode tomar posse quando os nulos e brancos vencem as eleições, alcançando um coeficiente maior que a soma dos votos dos candidatos. Nos dois municípios, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá que convocar novas eleições e os dois candidatos rejeitados pela população ficarão inelegíveis. As duas cidades tiveram outros concorrentes, mas suas candidaturas foram impugnadas. Agora será estabelecido um novo prazo para inscrições, propaganda eleitoral e os eleitores terão que voltar às urnas.

O Tribunal Regional Eleitoral (TER-RJ) já está com esquema todo preparado para realizar novas eleições para prefeito em Santo Antônio de Pádua e em Bom Jesus de Itabapoana. A intenção do presidente do TRE, desembargador Alberto Motta Moraes, é convocar o novo pleito ainda este ano, antes da diplomação dos prefeitos eleitos no estado. Pelo calendário eleitoral, a data-limite para os juízes diplomarem os vencedores das eleições deste ano é 18 de dezembro. Sua intenção é evitar que os presidentes de câmaras municipais sejam obrigados a tomar posse, interinamente.

Em Bom Jesus e Pádua, os eleitores deram uma lição de cidadania, demonstrando que o voto nulo é também uma forma de expressar opinião, quando os opções disponíveis não atendem às expectativas.

Fonte: Agência Petroleira de Notícias

Observação: as palavras contidas nessa matéria não transmitem necessariamente a opinião desse blogueiro.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Falta de confiança?

Recebi um e-mail de um colega e achei prudente checar a informação. No site do Tribunal Superior Eleitoral (http://www.tse.gov.br/) existe um sistema para consultar o resultado das eleições em qualquer cidade do país. E, para meu espanto, era verdadeira:


Resultado das eleições em Bom Jesus do Itapoana:


Resultado surpreendente: do total de 23.334 votos, 20.821 são votos nulos! Ou seja, 89,23% de votos anulados!


O prefeito "eleito" teve 1492 votos, ou 6,4% do total de votos!


Se vivemos num regime democrático, ou onde prevalece a vontade da maioria, será que essa eleição será anulada?

E a imprensa? Por que não divulgou essa informação?
Estou buscando informações sobre essa cidade, mas por enquanto não encontrei nada... Achei relevante colocar o banner do TSE sobre as eleições:



Em tempo: Isso não é uma campanha pelo voto nulo, mas uma ressalva ao papel fiscalizador da sociedade.

Fonte: site do TSE.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Corinthiano, maloqueiro e sofredor!



O CORINGÃO VOLTOU!
Corinthiano, maloqueiro e sofredor...
O time do povo, sem perceber, escancarou a realidade brasileira.



Caros governantes,
É esse o nível de educação que queremos?

Assim como o Coringão, nossa educação também deveria ser de primeira!


Qual o assunto que mais lhe interessa?


O centro de São Paulo é uma micro-representação do país, dada a gritante desigualdade presente e escancarada.
Essa é uma discussão que merece uma maior reflexão mas, como não tenho todos os elementos vou apenas ilustrar uma das discrepâncias que (não) existe aí. E fazer alguns questionamentos...

Esse é o retrato que se vê entre as estações Barra Funda e Julio Prestes.



Ouvi dizer uma vez que na constituição brasileira tá escrito que todo cidadão tem direito à moradia. É verdade?





Assim?
Centro de São Paulo: muitos prédios abandonados e muitos moradores de rua. Aguma coisa não fecha nessa conta...

Final do caminho... Estação Julio Prestes, onde está localizada a glamourosa Sala São Paulo, um dos teatros mais sofisticados da América Latina.

Estação Julio Prestes - Sala São Paulo:


Bonito né?
Quantos milhões de reais foram gastos nessa restauração?


Quantos milhões de reais NÃO foram gastos com a garantia do direito à moradia daquelas pessoas?

Sou totalmente a favor da preservação dos patrimônios históricos.

Contudo, a dignidade humana merece uma prioridade e, mais que isso, as pessoas merecem respeito. Ou, pelo menos, que seus direitos sejam garantidos.

Voltemos ao título dessa postagem: qual o assunto que mais lhe interessa?

Obs.: fotos tiradas por "mim mesmo", com o celular...