Enfim, economista.
Foram 5 anos e meio de muito estudo, muita reflexão, uma batelada de xerox, livros, boas aulas e aulas ruins. Mas enfim, formado. Economista. E agora?
Agora é partir pra próxima etapa, mas lembrando da etapa que passou. E pra melhor ilustrar, gosto sempre de recordar algo que escutei em uma das minhas primeiras aulas do curso de Ciências Econômicas da PUC-SP. Dizia, lá em 2004, o saudoso professor José Geraldo Portugal, assim: “olha, ser economista é uma difícil tarefa. Tem que estudar muito, ler muito, ler jornal todo dia, estudar diversas teorias. Percebe? Olha que ainda dá tempo de fazer Odonto. Aí é só colocar massinha no dente, brincar com aquele furadeirinha pequena… Falando sério, tem uma coisa que vocês nunca podem esquecer: a Economia é, antes de tudo, uma ciência social”. Tá claro?
Pois bem, a matemática, a estatística e a econometria são ferramentas, e devem sim ser utilizadas, claro. Não posso negar. Mas todo economista tem de ter muito claro na cabeça que suas decisões e suas escolhas, ao manejar as ferramentas e a política econômica, terão impacto direto na sociedade.
Assim, brevemente, quero dizer que nós, economistas, e principalmente os novos economistas, temos que trabalhar sempre com essa noção, pois podemos ser agentes transformadores e podemos dar uma bela contribuição para a construção de um mundo melhor, mais justo e com mais oportunidades para todos.
Para completar, segue a letra de uma música linda de Gilberto Gil:
Um sorriso
Gilberto Gil
Composição: Gilberto Gil
Eu tive um sonho
Que eu estava certo dia
Num congresso mundial
Discutindo economia
Argumentava
Em favor de mais trabalho
Mais emprego, mais esforço
Mais controle, mais-valia
Falei de pólos
Industriais, de energia
Demonstrei de mil maneiras
Como que um país crescia
E me bati
Pela pujança econômica
Baseada na tônica
Da tecnologia
Apresentei
Estatísticas e gráficos
Demonstrando os maléficos
Efeitos da teoria
Principalmente
A do lazer, do descanso
Da ampliação do espaço
Cultural da poesia
Disse por fim
Para todos os presentes
Que um país só vai pra frente
Se trabalhar todo dia
Estava certo
De que tudo o que eu dizia
Representava a verdade
Pra todo mundo que ouvia
Foi quando um velho
Levantou-se da cadeira
E saiu assoviando
Uma triste melodia
Que parecia
Um prelúdio bachiano
Um frevo pernambucano
Um choro do Pixinguinha
E no salão
Todas as bocas sorriram
Todos os olhos me olharam
Todos os homens saíram
Um por um
Um por um
Um por um
Um por um
Fiquei ali
Naquele salão vazio
De repente senti frio
Reparei: estava nu
Me despertei
Assustado e ainda tonto
Me levantei e fui de pronto
Pra calçada ver o céu azul
Os estudantes
E operários que passavam
Davam risada e gritavam:
"Viva o índio do Xingu!
"Viva o índio do Xingu!
Viva o índio do Xingu!
Viva o índio do Xingu!
Viva o índio do Xingu!"
NÃO DESANIMEMOS NUNCA!
UNI-VOS!