quarta-feira, 17 de junho de 2009

Economista = cientista social

Enfim, economista.

Foram 5 anos e meio de muito estudo, muita reflexão, uma batelada de xerox, livros, boas aulas e aulas ruins. Mas enfim, formado. Economista. E agora?

Agora é partir pra próxima etapa, mas lembrando da etapa que passou. E pra melhor ilustrar, gosto sempre de recordar algo que escutei em uma das minhas primeiras aulas do curso de Ciências Econômicas da PUC-SP. Dizia, lá em 2004, o saudoso professor José Geraldo Portugal, assim: “olha, ser economista é uma difícil tarefa. Tem que estudar muito, ler muito, ler jornal todo dia, estudar diversas teorias. Percebe? Olha que ainda dá tempo de fazer Odonto. Aí é só colocar massinha no dente, brincar com aquele furadeirinha pequena… Falando sério, tem uma coisa que vocês nunca podem esquecer: a Economia é, antes de tudo, uma ciência social”. Tá claro?

Pois bem, a matemática, a estatística e a econometria são ferramentas, e devem sim ser utilizadas, claro. Não posso negar. Mas todo economista tem de ter muito claro na cabeça que suas decisões e suas escolhas, ao manejar as ferramentas e a política econômica, terão impacto direto na sociedade.

Assim, brevemente, quero dizer que nós, economistas, e principalmente os novos economistas, temos que trabalhar sempre com essa noção, pois podemos ser agentes transformadores e podemos dar uma bela contribuição para a construção de um mundo melhor, mais justo e com mais oportunidades para todos.

Para completar, segue a letra de uma música linda de Gilberto Gil:

Um sorriso

Gilberto Gil

Composição: Gilberto Gil

Eu tive um sonho
Que eu estava certo dia
Num congresso mundial
Discutindo economia

Argumentava
Em favor de mais trabalho
Mais emprego, mais esforço
Mais controle, mais-valia

Falei de pólos
Industriais, de energia
Demonstrei de mil maneiras
Como que um país crescia

E me bati
Pela pujança econômica
Baseada na tônica
Da tecnologia

Apresentei
Estatísticas e gráficos
Demonstrando os maléficos
Efeitos da teoria

Principalmente
A do lazer, do descanso
Da ampliação do espaço
Cultural da poesia

Disse por fim
Para todos os presentes
Que um país só vai pra frente
Se trabalhar todo dia

Estava certo
De que tudo o que eu dizia
Representava a verdade
Pra todo mundo que ouvia

Foi quando um velho
Levantou-se da cadeira
E saiu assoviando
Uma triste melodia

Que parecia
Um prelúdio bachiano
Um frevo pernambucano
Um choro do Pixinguinha

E no salão
Todas as bocas sorriram
Todos os olhos me olharam
Todos os homens saíram

Um por um
Um por um
Um por um
Um por um

Fiquei ali
Naquele salão vazio
De repente senti frio
Reparei: estava nu
Me despertei

Assustado e ainda tonto
Me levantei e fui de pronto
Pra calçada ver o céu azul

Os estudantes
E operários que passavam
Davam risada e gritavam:
"Viva o índio do Xingu!
"Viva o índio do Xingu!
Viva o índio do Xingu!
Viva o índio do Xingu!
Viva o índio do Xingu!"

NÃO DESANIMEMOS NUNCA!

UNI-VOS!

domingo, 14 de junho de 2009

Problemas corriqueiros? Será só isso?

Já reparou que toda discussão sobre problemas sociais, econômicos etc. geralmente acaba nisso?

Falta de Educação.

Falta de coerência.

Falta (ou má escolha) de prioridades.

Falta de vontade política.

Será que isso será o problema de sempre?
Quando é que as discussões tomarão outros rumos?

A conclusão é sempre a mesma. Quer dizer, sempre passa por esses "problemas".

terça-feira, 9 de junho de 2009

HEDONISMO

Por José A. Pimentel

Eu li em um dos livros do Ruy Castro que, ainda mais legal do que unir o útil ao agradável, é unir o agradável ao agradável. A exaltação do desfrute.Há tempos venho ruminando sobre isso. Conheço muitas pessoas que vão ao cinema, a boates e restaurantes e parecem eternamente insatisfeitas.. Até que li uma matéria com a escritora Chantal Thomas na revista República e ela elucidou minhas indagações internas com a seguinte frase: "Na sociedade moderna há muito lazer e pouco prazer". Lazer e prazer são palavras que rimam e se assemelham no significado, mas não se substituem. É muito mais fácil conquistar o lazer do que o prazer. Lazer é assistir a um show, cuidar de um jardim, ouvir um disco, namorar, bater papo. Lazer é tudo o que não é dever. É uma desopilação. Automaticamente, associamos isso com o prazer: se não estamos trabalhando, estamos nos divertindo. Simplista demais. Em primeiro lugar, podemos ter muito prazer trabalhando, é só redefinir o que é prazer. O prazer não está em dedicar um tempo programado para o ócio. O prazer é residente. Está dentro de nós, na maneira como a gente se relaciona com o mundo. Chantal Thomas aborda a idéia de que o turismo, hoje, tem sido mais uma imposição cultural do que um prazer. As pessoas aglomeram-se em filas de museus e fazem reservas com meses de antecedência para ir comer no lugar da moda, pouco desfrutando disso tudo. Como ela diz, temos solicitações culturais em demasia. É quase uma obrigação você consumir o que está emevidência. E se é uma obrigação, ainda que ligeiramente inconsciente, não é um prazer. Complemento dizendo que as pessoas estão fazendo turismo inclusive pelos sentimentos, passando rápido demais pelas experiências amorosas, entre elas o casamento. Queremos provar um pouquinho de tudo, queremos ser felizes mediante uma novidade. O ritmo é determinado pelas tendências de comportamento, que exigem uma apreensão veloz do universo. Calma. O prazer é mais baiano. O prazer não está em ler uma revista, mas na sensação de estar aprendendo algo. Não está em ver o filme que ganhou o Oscar, mas na emoção que ele pode lhe trazer. Não está em faturar uma garota, mas no encontro das almas. Está em tudo o que fazemos sem estar atendendo a pedidos. Está no silêncio, no espírito, está menos na mão única e mais na contramão. O prazer está em sentir. Uma obviedade que merece ser resgatada antes que a gente comece a unir o útil com o útil, deixando o agradável pra lá.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Manifestações do público

Ando meio desligado né?


Pois é, relaxei. Desculpem-me, rs!


E olha que ideias não me faltam. “Relapsei” mesmo. Mas esse mundo anda meio maluco né? Correria danada. Falta de tempo. Relações muito frias. Estresse. Crise.


E por aí, de repente, algumas angústias se manifestam. E o povo se expressa, sempre. Uma hora dessas aí, estava eu a caminhar pela Av. Sumaré em São Paulo quando me deparo com isso:


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E não foi a primeira vez. Deve ser a mesma pessoa. Só mudou o lado da rua.


Continua com a mesma preocupação. E coincidentemente no inverno. O mundo está mesmo frio assim é?


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E tava assim. Frio. Poucas pessoas na rua. Carros. Um carro por pessoa. São Paulo. Trânsito. Caos.


A culpa é de quem?


Sei lá. Era só uma divagação mesmo. Falô!